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A Via Urbana

Contra o Fórum Universal das Culturas, pelo direito à cidade

Barcelona Contra, setembro 2004.

Para entender o que realmente é o Fórum Universal das Culturas (Foro Universal de las Culturas ) (Barcelona, 9 de maio – 26 de setembro de 2004), e como se relaciona com o direito à cidade é fundamental navegar em Barcelona Indymedia e nos sítios web relacionados onde se expressa a opinião da maioria da população de Barcelona.

Mais prosaicamente, já que em 2004 terminaram os subsídios da União Européia aos membros menos desenvolvidos do Mediterrâneo, as elites dirigentes da cidade inventaram um acontecimento especial para justificar um enorme financiamento.

Com efeito, embora entre os organizadores do “Fórum Universal das Culturas” houvesse em princípio promotores culturais realmente interessados nos conteúdos, estes foram substituídos em seguida por uma versão mais especulativa e comercial. Ficou a retórica dos três temas sobre os quais se move o Fórum: “Paz”, “Diversidade”, “Sustentabilidade” e uma grande ênfase sobre a “Participação”.

Mas a realidade é diferente (leia mais ): sobre um custo total do Fórum 2004 de cerca de 2000 milhões de Euros, somente 319 milhões são destinados aos conteúdos do acontecimento, enquanto outros 1740 milhões vão para projetos de reforma urbanística (leia mais ). Os maiores beneficiários do Fórum serão as companhias imobiliárias como Procivesa e Servihabitat pois as multinacionais como General Electric, La Caixa, Retevisión, AXA, Deutsche Telecom, etc já compraram terrenos desapropriados, antes propriedades públicas ou dos antigos habitantes de Poble Nou.

Depois do Fórum, quando turistas e artistas houverem voltado a suas casas, existirá uma cidade diferente. Se haverá um espaço para seus habitantes dependerá das lutas que suas associações e a sociedade civil lograrem desenvolver para reconquistar o direito à cidade.